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HISTÓRIA

 

     O final do século XIX foi um período de muito sofrimento e luta para o povo italiano, notadamente em algumas regiões menos industrializadas, como é o caso do Vêneto, entre outros, fruto da industrialização mais acentuada nas regiões do Norte, que trouxe desemprego para outras regiões com a substituição da mão de obra humana pelas máquinas. Enquanto a Inglaterra "fiscalizava" o mundo, coibindo a escravidão, o capitalismo fermentava a nova moda: transformar os trabalhadores em consumidores. Somado a esses fatores a Itália ainda enfrentava um período de grandes dificuldades, com escassez de alimentos e terra para plantar, aliado a um aumento populacional desenfreado, além de surtos epidêmicos e a inoperância estatal.

     Se por um lado poucos tinham terras, por outro os que as tinham passaram a explorar os colonos, exigindo deles parte comprometedora da própria subsistência, que acabou por impor a muitos a única solução que lhes restava: emigrar para sobreviver!

     Nesse mesmo período, muitos países da América do Norte e do Sul, entre outros, já vinham experimentando há alguns anos o estímulo às imigrações, que a exemplo do Brasil se motivava pela idéia de ocupar as suas terras ociosas para proteção de suas fronteiras contra os invasores, prometendo benefícios aos que aderissem à imigração, oferecendo-lhes terras para plantar com financiamentos a longo prazo. Motivados pelos elevados lucros, em geral de forma escrupulosa, os agentes de emigração começaram uma disputa colossal pela arregimentação de emigrantes em toda a Europa, vendendo-lhes a idéia de que todos os que viessem à América, fariam fortuna.

     Assim, diante desse gravíssimo panorama e não tendo mais o que comer em sua terra natal, sem trabalho e terra para plantar, cansados de tanta dor e sofrimento é que o grupo formado por 36 pessoas da Família Palú, liderados por LUIGI PALÙ, filho de Pietro Palú, embarcou em 17/12/1877 no Vapor Belgrano, da Companhia de Navegação Chargeurs Reunis, proveniente de Le Havre, na França, deixando o Porto de Gênova e o passado para trás, rumo ao Brasil, alimentados pelo sonho de "Far l´ America" (fazer a América).

     No dia 31/12/1877, véspera do Ano Novo, para tristeza de toda a família, falece Graziosa Torresan, esposa de Francesco Giuseppe Palú, a bordo do Vapor Belgrano, enchendo de tristeza os corações já angustiados daqueles sofridos italianos.

     Em 11 de janeiro de 1878, após grandes dificuldades no mar e ainda consolando a família de Francesco Giuseppe Palù, chegaram ao Brasil, desembarcando no Porto do Rio de Janeiro, de onde seguiram em navios menores para Paranaguá, cidade da então Província do Paraná. De lá foram transportados até o vizinho município de Morretes em embarcações menores até o Porto de Barreiros, onde finalmente em 13 de janeiro de 1878, foram registrados no Livro nº 834, da Colônia Nova Itália, registros esses que atualmente encontram-se no Arquivo Público do Paraná, em Curitiba.

     Depois de uma curta estada na Colônia Nova Itália, em Morretes, não se adaptando ao clima e às precárias condições da Colônia em formação, usando da prerrogativa prevista no contrato de imigração quanto a mudar de local de fixação, resolveram subir a Serra do Mar em direção a Curitiba e, de lá, foram instalados na Colônia Inspetor Carvalho, em São José dos Pinhais, onde começaram a construir uma nova história, agora em terras do Brasil...